quinta-feira, 26 de junho de 2008

E agora?

Depois de quase dois anos sem acrescentar uma letra ao meu blog original me convenço de que tenho a obrigação comigo mesmo de registrar, pela palavra escrita, o que penso e creio e defendo e entendo como venho fazendo há tantos anos em entrevistas de rádio e televisão que já furam a casa das centenas.
Outro dia fui paraninfo de uma turma de Letras da UFAL e o tema dos formandos era "As palavras ditas voam, as escritas se eternizam". Algo assim, em Latim que minha memória insiste em não revelar...
A primeira vez que falei com o jovem Juiz Federal André Granja, DNA de brilho, ele parabenizou-me pela análise interessantíssima (para ele) que fiz sobre as razões que levariam João Lyra à derrota na eleição de Governador de Alagoas, em 2006. Minha análise foi feita ao vivo, na manhã do domingo da eleição, quando eu já não tinha dúvida da vitória do Senador Teotonio Vilela. MIlhares de pessoas assistiram àquele programa capitaneado pelo astuto entrevistador Flávio Gomes de Barros. Pouquíssimas lembram o meu argumento principal, e não podem pesquisar o original da entrevista porquue não existe. Não foi escrita. Voou.
O argumento partia da concepção, minha, de que o eleitor se dera conta de que João Lyra estava tentando comprar o Estado de Alagoas, e um Estado não se compra e não se vende. Mote maravilhoso para um ensaio político de 7, 8 páginas resumido em um dos segmentos da entrevista de pouco mais de 20 minutos.
Por isso volto a registrar no papel virtual da Internet o meu pensamento.
Outra comprovação.
Recentemente o jovem Deputado Rui Palmeira falou-me que seu pai, o Ministro Guilherme Palmeira, tinha encontrado em sua biblioteca uma revista de 1988 onde eu garantia que ele ganharia a eleição para Prefeito de Maceió contra o então Deputado Federal Renan Calheiros. Lembro-me bem dessa eleição e dos muitos artigos que escrevi sobre a derrota iminente de Renan por uma razão científica. Eu tinha estudado o fenômeno "percepção seletiva em eleições" há muitos anos atrás quando trabalhava nos Estados Unidos, e apenas consegui identificar a manifestação daquele fenômeno naquela eleição. Era somente colocar no papel e justificar teoricamente o que estava acontecendo na prática. Não deu em outra. Amigos meus que compartilhavam das reações do Deputado Renan Calheiros aos meus artigos diziam que muitas vezes vociferava contra "aquele louco do Professor Magalhães". Maas aí tinha como comprovar. Estava escrito.
Dez dias atrás fiz uma viagem a dois (movida a restiuição grauda do Imposto de Renda) com minha mulher Maria Tereza a Gramado e a Porto Alegre, e lá, numa coincidência incrível, encontrei-me num despretensioso restaurante-longe-de-tudo com o único amigo que tenho naquele Estado, o consagrado escritor e crítico literário Sergius Gonzaga, hoje Secretário de Cultura do Município de Porto Alagre. Depois de comentarmos os tempos difíceis da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ele vice-presidente e eu presidente de 1989 a 1991)chegamos a um tema que só poderia ser tocado porque originou-se de um escrito. Em maio de 1989 escrevi e publiquei no Jornal de Alagoas um artigo intitulado "Collor Presidente" no qual eu argumentava as razões pelas quais Collor seria eleito Presidente do Brasil nas eleições diretas no fim daquele ano. You know the result...
Poderia continuar por páginas e páginas tentando justificar a razão para reativar esse blog como matéria e forma onde assentar as minhas divagações opinitativas e tal.
Justificada está. Agora, mãos à obra. Vamos dissecar juntos ainda que a garimpagem incial seja solitária e individual.

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