Garimpo solitário
Pensei em vários nomes para o meu novo blog. Bateia de cascalho me deixou balançado por alguns instantes. O cascalho me veio da bruta mina de Olavo Bilac e a bateia veio apenas como uma opção para jereré ou peneira. Jereré seria pura alegria para os cultores do realismo mágico que adorariam pescar o diamante e o ouro do cascalho com a singela ajuda da engenhoca do jereré. Jereré me faz lembrar das mulheres que pescavam piaba de jereré na beira do São Francisco no fim da tarde no proibido banheiro dos homens no fundo das casas dos ricos da Porto Real do Colégio de parece séculos atrás... Vou falar muitas vezes de e em Porto Real do Colégio aquela cidadezinha querida onde um dia morei e que hoje mora em mim... ( o poeta Cooper escreveu algo assim sobre a casa de sua infância). 0 Marcos Costa e o Rosalvo esqueceram o Cooper e até eu esqueci seu primeiro nome. E pensar que já publiquei um ensaio chamado "A busca da imortalidade". Quando publiquei era mais influenciado pelo Unamuno do que sou hoje. Por sinal não sei quem exerce muita influência sobre mim hoje em dia. Virei rebelde. Evito citações. Vou reinventando meu arsenal de conhecimento ladeado por dois séculos que se distanciam cada vez mais. Por sinal, com exceção do Quixote que nunca deixou de ser minha santa redenção da loucura, meu irresistível bálsamo da ausência da ilusão, meu companheiro inseparável ora vivendo o mago do sonho e da esperança, ora tripudiando na gaiata sabedoria do gordo bufão, hoje me recuso a sofrer alguma influência identificável. Meu ecletismo, minha cultura humanista, meu desdém pelo aprofundamento entediante me ajudam até e dizer "não sei". Ou arriscar uma opinião sobre qualquer assunto. O Genial Dr. Ib Gatto Falcão já disse que é capaz de dar uma aula de 60 minutos sobre qualquer tema. Émulo e amigo do cientista/bardo satisfaço-me com um arremedo de aula de 30 minutos sobre temas do amanhã...
Chego a pensar que sou influenciado muito mais pelos colunistas: Carlos Rossi, Elio Gaspari, Cony, Janio de Freitas, sem esquecer o Flávio Gomes de Barros, o Ricardo Mota, a leveza do Zé Elias e a genialidade inventiva de criar nomes do Ailton Villanova.
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